Maio Furta Cor: Saúde Mental Materna Importa

A campanha do Maio Furta Cor é uma campanha criada em 2021 que busca trazer conscientização acerca da saúde mental materna, dando luz aos transtornos psicológicos e mentais que podem atingir as mulheres em período puerpério.

O mês de Maio foi o mês escolhido para a campanha justamente por tratar-se do mês das mães. É necessário que haja debate e consciência sobre os enfrentamentos e sofrimento mental que cerca a maternidade.  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão pós-parto atinge cerca de 25% das mães. O número de nascimentos em 2017 foi de 2,9 milhões, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim, podemos concluir que hoje temos aproximadamente 740 mil mulheres que passaram ou passam pela depressão pós-parto.

Em dados publicados antes da pandemia do novo coronavírus, pela OMS, a depressão pós-parto atingia cerca de 19,8% das mulheres em países de baixa renda, número esse que saltava para 26% em se tratando do Brasil. Ou seja, estimava-se que 1 a cada 4 mulheres adoecesse mentalmente entre 6 e 18 meses do bebê.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revelou que os números de depressão pós-parto aumentaram durante a pandemia da Covid-19. Fatores como o medo da contaminação pela nova doença, bem como a substituição do aleitamento materno por fórmulas industrializadas, foram levados em consideração no estudo que entrevistou cerca de 670 mulheres no período de fevereiro a julho de 2020. 

As análises mostraram que as mães que utilizavam “fórmula” para alimentar seus bebês tinham 92% mais chances de apresentar depressão pós-parto e foram 73% mais propensas a ter sintomas depressivos maiores, em comparação com aquelas que amamentaram. Outro dado identificado foi que as mães que tinham bebês na UTI neonatal tinham 74% mais chance do diagnóstico de depressão.

Mães que estavam preocupadas em contrair covid-19 também apresentaram mais chance de ter sintomas depressivos e cerca de 71% das participantes tiveram depressão pós-parto. (Fontes: Blog Leiturinha, Maio Furta Cor e Correio Braziliense)

Quais transtornos mentais podem surgir nas mães? (Fonte: Beep Saúde)

Em geral, transtornos mentais perinatais podem incluir ansiedade, psicose pós-parto, transtorno de pânico, fobias e transtorno de estresse pós-traumático, sendo os mais comuns o baby blues (também chamado de “tristeza puerperal”) e a depressão pós-parto, que, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), acomete de 10% a 20% das mulheres.

O que é Baby Blues? 

O baby blues é uma alteração psíquica leve, em geral, de transição, bem mais frequente entre as puérperas. Atinge cerca de 50% a 80% das mulheres, normalmente por volta do 3º e do 4º dia do pós-parto. Seus sintomas incluem choro, flutuação de humor, irritabilidade, fadiga, tristeza, insônia, dificuldade de concentração e ansiedade relacionada ao bebê.

Esses sentimentos são intercalados com momentos de muita alegria e satisfação, devido a mudanças hormonais que acontecem nessa fase. Por ser uma condição menos “grave”, não é indicado o uso de nenhum medicamento específico. A tristeza puerperal costuma desaparecer até o final da segunda semana de vida do bebê, principalmente se a mãe tiver o apoio familiar e/ou de pessoas de sua convivência.

O que é a depressão pós-parto?

O Ministério da Saúde explica a depressão pós-parto como “uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que acontece logo após o parto”. Não existe um motivo específico para esse diagnóstico, pois a condição está normalmente associada a diversos fatores, tais como: 

Estilo e qualidade de vida;

Histórico familiar de outros transtornos mentais;

Privação de sono;

Isolamento;

Alimentação inadequada;

Sedentarismo;

Falta de apoio do(a) parceiro(a);

Falta de apoio da família;

Ansiedade;

Estresse e vícios;

Entre outros.

Procure ajuda profissional, você não está sozinha! #saúdementalmaternaimporta